Eleições 2024: mudança no WhatsApp pode facilitar propagação de fake news
Data de Publicação: 19 de janeiro de 2024 09:18:00
Por Ana G. O. Lima
FSP
O aprimoramento de funcionalidades em canais no WhatsApp, divulgado nesta quarta-feira (17) pela plataforma, pode facilitar a propagação de desinformação nas eleições de 2024, segundo especialistas consultados pela Folha.
A empresa anunciou novos recursos à ferramenta que permitem envio unidirecional a um número ilimitado de usuários. Agora, os donos dos canais podem escolher até 16 administradores e têm acessos a novos itens que envolvem mensagens de voz, enquetes e o compartilhamento de cards no status – de modo similar aos stories do Instagram.
Os canais com número ilimitado de membros, agora atualizados, foram lançados no Brasil em setembro. De modo geral, os especialistas ouvidos pela reportagem avaliam que não fica claro quais mecanismos a empresa pretende adotar para prevenir a proliferação no aplicativo de fake news e deepfakes, o que pode ser impulsionado pelos novos recursos disponíveis.
Segundo Pedro Gueiros, pesquisador de direito e tecnologia no ITS (Instituto Tecnologia e Sociedade) do Rio de Janeiro, o aperfeiçoamento das funcionalidades traz benefícios importantes para a comunicação responsável, mas também facilita a desinformação, sobretudo no período eleitoral.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem mostrado preocupação com a propagação de fake news nas redes sociais no contexto das eleições municipais de outubro. O avanço das tecnologias em 2023 tornou mais sofisticada e acessível a elaboração das deepfake, que permitem a criação de vídeos e áudios falsos por meio de inteligência artificial.
No dia 25, uma minuta de resolução sobre propaganda eleitoral, que trata também da utilização desse tipo de tecnologia para manipulação de conteúdos e das obrigações de big techs, será discutida em audiência pública na corte.
Fora essa resolução, há o PL das Fake News, que estabelece obrigações e normas de transparência para redes sociais e serviços de mensagens privadas, mas que está parado na Câmara dos Deputados – e sobre o qual a Meta, dona do WhatsApp, já se posicionou contra.
(Com adaptações editoriais. Leia íntegra na FSP – aqui)
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