Cinema: A Sociedade da Neve – a verdadeira história por trás do filme
Data de Publicação: 6 de janeiro de 2024 11:00:00
Por Éric Moreira
AVENTURAS NA HISTÓRIA
Imagine o cenário brutal: um avião transportando 45 pessoas – incluindo uma equipe de rugby e alguns amigos e familiares – cai em uma parte remota dos Andes, matando grande parte dos que viajavam.
Os sobreviventes ainda permaneceriam isolados por mais de dois meses no clima inóspito e frio da região, precisando até mesmo se alimentar de carne humana para sobreviver. Por mais que pareça roteiro de filme, esse foi um acontecimento real que chocou toda a América do Sul: a Tragédia dos Andes.
Era 13 de outubro de 1972 quando o Voo Força Aérea Uruguaia 571 caiu, e deu início a um dos maiores e mais brutais feitos de sobrevivência da história recente da América do Sul. A história é tão chocante que já inspirou até mesmo filmes, como “Vivos” (1993), de Frank Marshall, e o documentário “A Sociedade da Neve” (2008), do uruguaio Gonzalo Arijón.
Em 15 de dezembro de 2023, um novo longa-metragem sobre a tragédia chegou aos cinemas da Espanha e dos EUA, recebendo também o nome “A Sociedade da Neve” – em referência ao livro de 2008 de Pablo Vierci, jornalista e amigo dos sobreviventes, além de produtor do novo filme –, dirigido pelo espanhol Juan Antonio Bayona. Agora, o filme foi disponibilizado pela Netflix.
“Em 1972, um voo vindo do Uruguai colide com uma geleira nos Andes. Apenas 29 dos seus 45 passageiros sobreviveram ao acidente. Presos em um dos ambientes mais hostis do planeta, eles são forçados a lutar pelas suas vidas”, explica a sinopse do novo filme.
Tragédia dos Andes
Conforme descrito pela BBC Internacional, o avião que caiu nos Andes no fatídico outubro de 1972 contava com 45 pessoas a bordo, incluindo o time de rugby Old Christians Club e alguns amigos e familiares da equipe. O voo partiu de Montevidéu, capital do Uruguai, com rumo a Santiago, no Chile, para uma competição em que jogariam contra uma equipe inglesa.
No entanto, como revelaram as investigações posteriores, a aeronave colidiu contra as montanhas dos Andes, pois, o copiloto, Dante Lagurara, imaginou que estava mais perto do aeroporto de Pudahuel, no Chile, do que realmente estava. Assim, ele iniciou a aterrissagem antes do que deveria. A princípio, 33 pessoas sobreviveram ao acidente, mas o grupo ainda tinha o que enfrentar.
A mais de 3 mil metros de altitude, sob frio de até -30 ºC à noite, sem mantimentos ou remédios, os sobreviventes precisaram encontrar as mais diferentes formas possíveis para superar os dois maiores empecilhos da localidade em que estavam: o frio e a fome.
No entanto, não demorou até que autoridades os determinassem como desaparecidos e mortos, considerando-se o quão inóspito era o ambiente, sem mencionar a própria dificuldade de se sobreviver a uma queda de avião.
Por isso, os sobreviventes acabaram presos ao local da queda durante mais de 70 dias. No decorrer desse tempo, o número de sobreviventes foi diminuindo e, para sobreviver, aqueles que restavam precisaram apelar para o inimaginável: alimentaram-se dos cadáveres dos que já haviam morrido.
Foi somente no 72º dia que dois dos sobreviventes, Fernando Parrado e Roberto Canessa, decidiram partir definitivamente pela serra, sem os equipamentos de caminhada adequados, para tentar obter ajuda.
(Com adaptações editoriais. Leia íntegra da AH - aqui)
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