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EUA: conusmo diário de maconha supera o de álcool

EUA: conusmo diário de maconha supera o de álcool

Data de Publicação: 23 de maio de 2024 12:36:00
Por Poliana Casemiro
G1

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Pela primeira vez, o número de americanos que consome maconha quase todos os dias ultrapassou o número dos que bebem álcool na mesma frequência. Segundo especialistas, a mudança tem relação com a legalização, que tornou a erva mais comum e fez o uso recreativo crescer nas últimas décadas.

As informações são da Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde, referência na análise dos hábitos norte-americanos, que foi publicada nesta quarta-feira (22) e traz dados de 2022. O levantamento mostrou que em 2022: 17,7 milhões de pessoas relataram consumir maconha diariamente ou quase diariamente; 14,7 milhões de pessoas que disseram beber todos os dias ou quase todos os dias.

Essa é a primeira vez que pesquisas indicam um consumo maior da droga que do álcool no país. O levantamento é feito desde 1992 e de lá até 2022 houve um aumento de 15 vezes na taxa per capta no consumo de maconha. Na década de 90 eram 8,9 milhões de consumidores diários de álcool contra quase 1 milhão de usuários de maconha.

Legislação da Maconha nos EUA (por estado)
FONTE: Conferência Nacional das Assembleias Legislativas Estaduais dos EUA/G1

Os especialistas apontam que a alta pode estar relacionada a dois pontos: 1) legalização – metade dos estados americanos permite a maconha medicinal ou recreativa. No país, 25 dos 50 estados legalizaram o uso medicinal e o recreativo da droga. 2) Aumento da autodeclaração – como deixou de ser ilegal em vários territórios do país, as pessoas se sentem menos inibidas em assumir o consumo, que pode ter impulsionado os dados.

Apesar da alta, a pesquisa mostra que o consumo de álcool ainda é maior, de forma geral, mas não na mesma intensidade que a maconha.

Reclassificação da maconha nos EUA

A agência de combate às drogas dos Estados Unidos (DEA) está em processo de reclassificação da maconha. Agências de notícias americanas apontam que a droga deve entrar em uma categoria em que é considerada menos nociva.

Atualmente, a maconha é classificada na mesma categoria de drogas como heroína e LSD. Com a mudança, ela seria equiparada a substâncias como anabolizantes e cetamina. Nos EUA, os estados podem criar regras próprias sobre o consumo da droga. Em metade deles, o uso recreativo e medicinal é liberado e nos demais varia entre liberações apenas medicinais ou nenhuma permissão para o uso.

Nesta quarta-feira (22) a DEA publicou regras propostas, abertas a comentários, no Registro Federal dos EUA para reclassificar a maconha. A mudança não se trata de uma legalização da maconha para uso recreativo. Nessa nova categoria de classificação, a maconha ainda vai ser uma substância controlada, com uso restrito por regulamentações. As pessoas que traficam ainda serão sujeitas a processos criminais na Justiça Federal.

(Com adaptações editoriais. Leia original no G1 – aqui)

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