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CONASS: pesquisa aponta mais de 1 milhão de mortos durante a pandemia

CONASS: pesquisa aponta mais de 1 milhão de mortos durante a pandemia

Data de Publicação: 21 de março de 2023 17:37:00
Por Raphael Sanz
REVISTA FÓRUM

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Ao contrário dos números oficiais que apontam 698 mil mortes por Covid-19 e 37 milhões de infecções da doença no Brasil durante o período de pandemia, um estudo do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conasems) mostra que entre 2020 e 2022 o país registrou 1.142.300 mortes além da curva demográfica prevista.

De acordo com especialistas, essa seria a quantidade real de vítimas diretas e indiretas da Covid-19 no Brasil e das políticas patéticas de combate à emergência sanitária sob o então governo Bolsonaro.

O estudo, atualizado no último dia 6 de fevereiro, se chama “Aumento das mortes no Brasil, Regiões, Estados e Capitais em tempo de Covid-19: excesso de óbitos por causas naturais que não deveriam acontecido” e contém uma série de gráficos que dividem as mortes por estado, região e semana epidemiológica, utilizando como fonte o Serviço de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

A pesquisa aponta que além das mortes causadas diretamente pelo vírus, das quais soma-se 20% como cálculo de subnotificação uma vez que as mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave dispararam no período, houve também mais de 300 mil óbitos relacionados a outras doenças que não tiveram acompanhamento adequado, ora por questão do isolamento social que adiou ou paralisou tratamentos, ora pela própria incapacidade do sistema de saúde em absorver a totalidade de pacientes.

No gráfico a seguir é possível observar a taxa de mortes dividida por ano e semana epidemiológica da pandemia em comparação com os cinco anos anteriores. Nele, é possível observar que as 310.431 mortes de 2020 estiveram 25% acima da mortalidade esperada para o ano. Em 2021, o ano mais mortal do triênio pandêmico, as 563.896 mortes estiveram 47% acima do esperado. Já no ano passado, as 267.973 mortes voltaram aos níveis de 2020 e estiveram “apenas” 24% além do previsto.

“Para além dos números oficialmente reconhecidos de mortes por Covid-19, trata-se de uma mortalidade causada predominantemente por fatores associados ao impacto de uma grande epidemia, como explica a nota técnica do estudo, responsáveis pelo adiamento e interrupção de acompanhamentos e tratamentos que ceifaram uma quantidade inaudita de vidas. Enquanto Bolsonaro e o general Pazzuello sabotavam as políticas de prevenção”, diz trecho da reportagem de Gabriel Brito, para o Outra Saúde, que revelou os dados da nova pesquisa com exclusividade.

Atualmente, o Brasil retoma quase que integralmente as suas atividades, inclusive com o fim da obrigação do uso de máscaras em transportes coletivos e na maioria dos ambientes fechados. Cerca de 80% da população já completou o primeiro esquema vacinal, e outros 50% já receberam pelo menos uma dose de reforço. A sociedade já trata o período como página virada. No entanto, a partir da pesquisa do Conasems, especialistas indicam que estaríamos às porta de uma chamada “pandemia da pandemia”.

Resumidamente, o termo faz referência às demandas médicas e hospitalares que foram represadas e se acumularam durante o triênio de pandemia. São consultas, exames, cirurgias e internações que deveriam ter sido realizadas no período pandêmico mas que, sem que tenham ocorrido, podem ocasionar daqui em diante uma escalada de adoecimentos e mortes. A quantidade desses procedimentos represados é incalculável.

(Com adaptações editoriais. Leia reportagem completa na Revista Fórum - aqui)

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