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Os efeitos da solidão no cérebro de idosos

Os efeitos da solidão no cérebro de idosos

Data de Publicação: 29 de dezembro de 2023 10:42:00
Por Redação
BBC NEWS / G1

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A solidão afeta cerca de uma a cada 12 pessoas em todo o mundo, sem distinção de fronteiras, nem diferenças culturais. Segundo a pesquisa mais recente realizada na Europa, até 13% dos entrevistados afirmaram que se sentiram sozinhos a maior parte do tempo durante as quatro semanas anteriores à realização da pesquisa.

Se nos concentrarmos no contexto específico da Espanha, por exemplo, dados do Instituto Nacional de Estatística do país (INE) revelam que mais de 2 milhões de pessoas com mais de 65 anos vivem atualmente sem companhia. E os números também destacam uma disparidade de gênero significativa: 44,1% das mulheres com mais de 85 anos vivem sozinhas, contra 24,2% dos homens.

Essa circunstância não só prejudica o bem-estar emocional das pessoas, mas também adquire características de um problema de saúde pública, aumentando o risco de doenças mentais e cardiovasculares. É preciso abordar dois fenômenos distintos. De um lado, está a solidão temporária, que é uma experiência comum com impactos limitados à saúde e ao bem-estar das pessoas, considerando sua natureza efêmera.

Mas, quando a situação se prolonga por muito tempo, a solidão pode se tornar crônica, passando a ser uma importante ameaça à saúde. O segundo ponto é que a solidão pode prejudicar as funções mentais das pessoas idosas. A complexidade inerente a este problema reside na profunda conexão entre a sensação contínua de isolamento e as transformações causadas às funções mentais.

Cadeia de efeitos negativos

Para entender melhor essa relação, é preciso se aprofundar nas últimas descobertas da neurociência e da psicologia. Estudos recentes revelaram aumento da ativação do sistema nervoso simpático e redução da regulação do sistema nervoso parassimpático (responsável pelo repouso e pela recuperação) entre as pessoas idosas que vivem sozinhas. E essas mudanças podem criar obstáculos para a capacidade de adaptação cerebral e a geração de novas células do cérebro.

Outras pesquisas também encontraram alterações tangíveis da estrutura física do cérebro que predispõem as pessoas a sofrerem de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, Parkinson e outros tipos de demência. Por outro lado, estudos anteriores indicam maior risco de deterioração cognitiva leve e desenvolvimento de demência nas etapas avançadas da vida.

E, como se não fosse suficiente, a falta de interações sociais pode prejudicar diversas capacidades cognitivas, como a memória episódica, a memória de trabalho, a atenção prolongada e a flexibilidade cognitiva, além de aumentar o risco de depressão, ansiedade e estresse crônico. Este conjunto de desafios agrava os efeitos cognitivos e funcionais habitualmente associados ao processo de envelhecimento.

(Com adaptações editoriais. Leia matéria completa da BBC/G1 - aqui)

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