Brasil usa mais agrotóxicos que Estados Unidos e China juntos
Data de Publicação: 6 de fevereiro de 2024 13:58:00
Por Redação
BRASIL DE FATO
Um levantamento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) revelou que o Brasil já usa mais agrotóxicos em suas lavouras do que a China e os Estados Unidos juntos. Os dados são referentes a 2021. A informação é do Brasil de Fato.
Segundo os dados divulgados pela FAO, em 2021, 719,5 mil toneladas de venenos contra pestes foram aplicadas nas lavouras brasileiras. No mesmo período, a China aplicou 244 mil toneladas e os EUA aplicaram 457 mil toneladas. Juntos, eles usaram 701 mil toneladas.
O Brasil, de acordo com a FAO, é o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo, seguido pelos EUA e a Indonésia, que aplicou 283 mil toneladas em suas lavouras. O Brasil usa 10,9 kg de agrotóxicos para cada hectare de lavoura (10 mil m²), enquanto os EUA usam 2,85 kg/ ha; a China, 1,9 kg/ ha.
Os números representam 3,31 kg de agrotóxicos por pessoa no Brasil. Nos EUA, foram 1,36 kg per capita; e na China, 0,17 kg per capita. Segundo a FAO, o Brasil consumia, em 1990, 51,1 mil toneladas de agrotóxicos por ano. Em 31 anos, o uso de agrotóxicos no Brasil aumentou 1.300%.
Especialistas apontam que os dados sobre o uso de agrotóxicos no país se devem à dependência do uso dessas substâncias nas lavouras, sobretudo as de soja, no modelo de produção agropecuária voltado à exportação.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura aponta, ainda, Brasil consome 18% das importações mundiais de fertilizantes, sendo o maior importador do mundo. O país também é campeão nas importações de agrotóxicos, com 283 mil toneladas importadas durante o ano de 2022, segundo o Ibama.
Riscos
De acordo com relatório publicado em 2022 pela rede ambientalista europeia Friends of the Earth Europe, uma pessoa morre por intoxicação por uso desse tipo de veneno a cada dois dias no Brasil. Uma a cada cinco vítimas é criança ou adolescentes de até 19 anos.
O livro “Agrotóxicos e Colonialismo Químico” (editora Elefante) aponta que entre os 10 defensivos mais vendidos por aqui, cinco são proibidos na União Europeia, que já proibiu o uso de 269 tipos pelos riscos à saúde.
(Com adaptações editoriais. Leia original no BdF – aqui)
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